Decifrando 'Mona Ki Ngi Xica' de Bonga Kuenda: Uma Mensagem de Angola para o Mundo
Bem-vindos a mais um episódio da nossa série Jornada do Produtor, onde seguimos nosso co-fundador e produtor Mark Johnson, juntamente com a equipe de filmagem do PFC, em uma nova aventura na vibrante cidade de Lisboa, Portugal, enquanto gravamos novos músicos para nossa próxima Canção ao Redor do Mundo.
"Mona Ki Ngi Xica" é uma música do álbum Angola 72 do músico angolano José Adelino Barceló de Carvalho, também conhecido como "Bonga".
O álbum, lançado em 1972, é uma mistura de guitarra latina e semba, música tradicional angolana, refletindo o patriotismo e o orgulho angolano, bem como a aceitação de outras culturas. Descreve a luta de Angola pela independência de Portugal. As letras expressam a dor e o sofrimento do povo angolano sob o domínio colonial e suas esperanças por liberdade e um futuro melhor.
"Estamos criando um novo paradigma que tem esperança, cultura e inspiração incorporadas. Essa é a esperança de avançar, e este é um ótimo exemplo disso. Claro, a peça mais importante foi conseguir Bonga ele mesmo nesta música."
- Mark Johnson
O significado de "Mona Ki Ngi Xica" pode ser traduzido como "Meu filho, eu tenho que te deixar". Embora as letras estejam em português, a música também incorpora elementos do idioma Kimbundu, falado em Angola.
Alukenn n'golafua Alukenn n'golafua
N'ga mu binga kia E eu já te avisei
Muene ondo kala beniaba Ela vai ficar aqui
Eme n'gondodiame Eme n'gondodiame
A frase "Mona mona muene" é repetida ao longo da música. "Mona" significa "ouvir" ou "escutar" em Kimbundu, enquanto "muene" pode ser traduzido como "meu amor" ou "meu amado".
Mona mona muene Este filho meu
Kissueia weza Pessoas más estão atrás dela
Mona mona muene Este filho meu
Kalunga n'gumba Em uma maré de infortúnio
N'zambi awani banack mona N'zambi awani banack mona
N'ga muvalele N'ga muvalele
Muene ondo kala beniaba Ela vai ficar aqui
Eme n'gondodiame E eu vou embora
As palavras "Kissueia weza" e "Kalunga n'gumba" podem ter diferentes interpretações. "Kissueia weza" pode ser traduzido como "ascender com força", simbolizando o empoderamento e a superação de desafios. "Kalunga" pode se referir ao divino ou ao plano espiritual, enquanto "n'gumba" pode significar o mar ou a água.
Alukenn n'golafua Alukenn n'golafua
N'ga mu binga kia E eu já te avisei
Muene ondo kala beniaba Ela vai ficar aqui
Eme n'gondodiame Eme n'gondodiame
As letras também mencionam "Alukenn n'golafua", que poderia se referir a um nome pessoal ou servir como uma metáfora para solidão ou anseio. Na poesia e na música, metáforas e expressões simbólicas são frequentemente usadas, e sua interpretação pode variar.
Do livro Worlds of Difference: Rethinking the Ethics of Global Education for the 21st Century
"Tínhamos pessoas em nossa família que eram muito honestas, muito comunicativas sócio-culturais, e isso nos fez aprender as coisas de nossa terra - a música, o ritmo, a poesia. E então, o respeito dos mais velhos transmitia oralmente os maiores eventos dos homens com muita personalidade. E isso superou colonizadores e colonização; fez indivíduos como Bonga criarem música de intervenção. Música angolana."
- Bonga
De Paris a Portugal: A Voz de Angola para o Mundo
Bonga Kuenda nasceu como José Adelino Barceló de Carvalho em 5 de setembro de 1942, em Luanda, Angola. Cresceu em uma família tradicional e aprendeu a tocar a dikanza para acompanhar seu pai desde muito jovem. Também demonstrou habilidades com instrumentos de percussão como o guiro.
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Quando era adolescente, ele seguiu uma carreira atlética em Portugal durante a ditadura liderada por António Salazar. A situação em seu país levou Bonga a iniciar uma vida clandestina como cantor de protesto sob seu pseudônimo Bonga Kuenda, que pode ser traduzido como 'aquele que está olhando, que está sempre à frente e em movimento', segundo The Medium.
Naquela época, um ato como este era visto como rebelde e passível de punição sob a ditadura. Bonga recorda que essa foi uma forma de recuperar o patrimônio cultural angolano, já que a música tradicional e idiomas estrangeiros estavam todos proibidos.
Muitas pessoas portuguesas, incluindo Bonga, tinham se mudado para Roterdã no momento em que seu álbum Angola 72 foi lançado. No entanto, as músicas do álbum foram percebidas como críticas políticas, levando a um mandado de prisão contra ele. Como resultado, Bonga teve que deixar sua nova casa e viajar por toda a Europa pelos próximos anos, até que Angola conquistasse sua liberdade.
Após a independência, Bonga viveu por algum tempo em Paris e em Angola antes de estabelecer sua residência em Lisboa e continuar sua carreira musical com os álbuns Angola 74, Raízes, Angola 76, Kandandu e Massemba 87, entre outros.
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